sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Uma breve história
Já o sol se estendia pela planície quando Dona Berta surgiu majestosamente do meio da erva.
Hora do pequeno-almoço, uma das refeições mais importantes do dia, por isso á medida que caminhava pela estepe alentejana ia debicando os pequenos talos ainda verdes da vegetação.
Dona Berta, uma Senhora Abetarda, vivia feliz na planície: havia comida em abundância e tinha muitos amigos.
Sansão, o Sisão, outra ave que habita a planície e com quem mantinha longas conversas ao entardecer e Julião, um Peneireiro -das -torres que pertencia a família dos falcões e que só cá estava na época da primavera e do verão, depois de muitas horas de voo desde o continente africano, mas sempre a tempo para contar as novidades e pôr a conversa em dia.
O bando da Dona Berta era muito grande e organizado.
Viviam todos juntos, mas cada um tinha o seu lugar: havia o bando dos machos, o das fêmeas, o dos machos ainda jovens e o das fêmeas com as suas pequenas crias; este era o bando mais atarefado, já que as mães e filhotes andam sempre juntos durante um ano ou ate a cria conseguir viver de forma independente.
Os machos do bando estavam a preparar a dança nupcial: as suas penas de cor castanhas alaranjadas estavam mais luminosas e as asas e cauda pareciam bolas de neve, de tão redondas e brancas que ficavam nesta época tão especial. Juntavam-se num local da planície onde não houvesse nada que pudesse distrair as fêmeas, já que elas eram o protagonismo do baile. Aos poucos as fêmeas aproximavam-se e escolhiam o seu par – vá-se lá saber porque e como! Já que ao longe eram todos iguais. Talvez seja daqueles bigodes especiais que parecem usar!
Dona Berta acabara o seu pequeno-almoço; pelo caminho ainda tinha comido uns grãos, uns feijões e umas ervilhas. Tinha sido uma refeição bastante equilibrada com todos os nutrientes essenciais para começar bem o dia.
No seu caminhar lento, foi-se aproximando do local onde estavam os machos que dançavam com muita energia na esperança de cada um deles atrair a sua companheira.
E lá estava o papos, um macho enorme, pesava perto de 14 quilos!
O coração de Dona Berta bateu apressadamente: era ele quem seria o pai das suas crias.
Apurou os sentidos, esticou o seu longo pescoço e aos poucos aproximou-se de Papos que, ao vê-la, não resistiu e encheu ainda mais o peito, arredondou as asas e a cauda e os dois envolveram-se numa pequena dança.
Não muito longe dali estava o seu primo Sansão: também ele, inspirado pelos aromas desta estação florida, procurava uma namorada.
Já tinha mudado de roupa e as suas penas já não eram só pardas; agora tinha uma bela gravata á volta do pescoço, negra com uma barra branca: era a gravata da primavera! Estava vestido a rigor para iniciar a corte a sua amada.
Agora só faltava subir ao palco e fazer o grande número de sapateado que ira atrair a mãe dos seus futuros filhotes.
Não demorou muito tempo e eis que surge á sua frente Margarida, aquela a quem ele tinha assobiado durante o seu vou. Olharam-se ternamente e Margarida aproximou-se ainda mais; queria ter a certeza que ele era o mesmo que ainda a pouco lhe assobiara.
Depois de uma tarde de muito namoro, Dona Berta e Margarida despediram-se dos seus pares e cada um por si procura local para fazer o ninho onde iriam colocar os seus ovos.
Escolheram um sítio com uma vegetação rasteira, mas com flores de muitos tons e aromas.
Sim, era importante: já que iam ficar cerca de um mês a chocar os ovos, queriam ter a volta muita comida num local agradável, até porque, mal os filhotes nascessem, começariam logo a andar ao lado das suas mães á procura de alimentos.
Antes de começar a fazer o ninho Dona Berta, olhou para a ruína da casa abandonada: será que Julião já tinha voltado?
Julião, e os outros machos do bando de Peneireiro -das torres, ao chegar á planície, precisavam de ver aquela casa abandonada servia para ninho.
Ao contrário da sua amiga Berta, Julião e os da sua espécie utilizavam as cavidades e buracos das estruturas construídas pelo homem, tais como casas ou torres das igrejas e castelos, para fazerem os ninhos. Alguns preferiam as escarpas de algumas falésias com uma vista fantástica! Mas nem sempre havia um local com boas condições e poucos perigos…
Felizmente muitos voluntários limpavam anualmente as paredes daquela casa, por isso aquele velho monte era perfeito!
Á sua volta existia uma grande extensão de trigo, rica em gafanhotos e grilos, por isso não iam ter problemas em alimentar todo o bando e as crias.
De alto de um poste Julião viu, lá longe, o bando que começava a ganhar forma. As fêmeas estavam a chegar e eram tantas… Agora era só afinar a voz e começar o canto – quiquiquiqui – tchak – tchak – tchak – os sons para atrair as fêmeas.
Julião sabia que quando encontrasse o seu par, juntos iriam chocar os ovos e ele só se afasta do ninho para procurara comida que dedicadamente colocaria junto da sua companheira.
Ao longe viu uma fêmea que lhe fez saltar o coração, foi amor a primeira vista…
Juliana baixou do seu vai e aterrou num poste no meio do prado cheio de pequenas flores, naquele que seria o lugar ideal para viver nos próximos meses.
Ajeitou as plumas acastanhadas, as pintas negras que tinha no dorso estavam brilhantes e lustrosas; era de facto uma ave muito bonita.
Quase dez metros acima de si estava Julião; tinha encontrado um grilo, seria o presente ideal para a sua conquista. Picou o vou e com grande agilidade apanhou o insecto.
Foi deposita-lo junto de Juliana. Depois de algumas horas de conversa com muito chilrear á mistura e após mais uns voos para procurar suculentas ofertas para a sua amada, Julião partiu para o ninho que tinha escolhido e juliana seguiu-o.
Já tinham passado quase três meses desde o inicio da Primavera.
Na planície já se avistavam os novos habitantes ; alguns ainda caminhavam perto dos pais, como era o caso da família da dona Berta e de Sansão.
Julião e Juliana tinham tido cinco filhotes mas ainda estavam todos no ninho da ruína.
O final da tarde na estepe alentejana era o melhor que todos podiam desejar: com as crias alimentadas e sossegadas, os pais podiam conversar a vontade com os outros animais.
Foi num dia assim que Dona Berta e Sansão se encontraram, tagarelaram da sua experiencia de serem pais, do tempo e da vida.
Foi então que a meio da conversa Dona Berta falou do seu amigo Julião; afinal não o viam desde o ano anterior. Será que também ele já tinha família?
Chamaram a joaninha: era ela que andava sempre de um lado para outro a levar os recados e o correio dos animais da planície e pediram-lhe para ir ter com Julião. Queriam convida-lo para tomar um chá.
Quando joaninha regressou com a resposta, Dona Berta disse.
- Se ele não poder vir ter connosco por ter os filhotes no ninho, não faz mal; vamos nos ter com ele e levamos as nossas crias, todos juntos passamos uma excelente tarde.
Assim foi: Sansão e Dona Berta no dia seguinte, logo pela manhã juntaram a família e partiram. O caminho até ao monte era longo; foram parando e conversando com outros animais, nem queriam acreditar no que ouviam.
Então a plantação de trigo ia desaparecer? E aquelas bonitas pastagens floridas também? Pelos vistos o homem estava a estudar um plano para colocar na planície um grande olival e também uma grande floresta. “Já não chegavam os campos agrícolas agora não descansarem como deviam”…queixava-se Dona Berta. “É verdade” dizia Sansão, na época do meu avô, o homem deixava sempre um grande terreno sem ser cultivado, ao fim de uns tempos tínhamos nova vegetação e novos insectos, isso sim, nesse tempo era bem mais fácil ter comida sempre por perto.
Isso era uma má notícia, o que é que iria acontecer as aves que ali viviam há tantos anos? Gerações e gerações de animais da planície estavam agora ameaçadas.
Fizeram o resto do caminho, até a ruína, em silêncio; as crias andavam numa roda-viva, sempre a brincar e a apanhar pequenos insectos, um gafanhoto aqui, um grilo ali, sem se aperceberem que o seu futuro podia estar ameaçado.
Á volta do chá os amigos trocaram novidades: Julião e juliana falaram do continente africano, local para onde voltariam em breve. Dona Berta e Sansão contaram tudo o que tinham ouvido acerca das intenções do homem em modificar os campos onde os familiares viviam a tantos anos.
Embora a companhia dos amigos fosse importante, havia alguma tristeza no ar: ter de deixar o local onde vivemos e não ter alternativa era muito desolador.
Foi então que Joaninha ao voar junto deles, ouviu a conversa e disse: “ amigos não estejam assim tão tristes, eu sei que vão existir muitas alterações por aqui, mas também sei que neste mesmo local, onde agora estamos, vai ser criada uma reserva para as aves da planície. Vão deixar as terras tal como estão, só com a vegetação florida que aqui cresce; a casa abandonada também vai ficar, e mais: não vão existir postes de electricidade por perto, os cabos eléctricos vão passar para o outro lado da reserva”.
A alegria dos amigos era tão grande, todos juntos fizeram um brinde: afinal sempre que existia uma má noticia, mais cedo ou mais tarde, aparecia sempre uma boa nova. Assim, como que a equilibrar a natureza.
Já o sol começava a descer para o jantar e a mostrar os seus grandes dedos vermelhos, quando as famílias de Dona Berta e Sansão regressaram a casa. Tinha sido um dia repleto de emoções, agora só queriam descansar. Amanhã teriam de reunir todo o bando de Abetardas e Sisões e contar a novidade.
No dia seguinte, a comunidade sénior das aves da planície deliberou a melhor forma de todos usufruírem desta que seria a sua renova casa.
Dois verões depois…
…Tudo estava tal e qual a joaninha tinha anunciado:
Uma grande área da planície estava protegida, havia muitas áreas sem vedações; no entanto, nos locais onde havia vedação, esta estava suficientemente alta para as Abetardas poderem passar: era só baixar o pescoço e lá iam elas para lá e para cá. Os pastos continuavam a existir e nas encostas aqui e ali existiam também pequenas elevações, que pareciam palcos, onde os Sisões podiam continuar a fazer o seu sapateado do namoro, na época de acasalamento.
A casa já tinha agora um ar menos abandonada: algumas obras tinham sido feitas por voluntários no sentido de recuperar as frágeis paredes e uma nova torre tinha sido construída. Nova, mas já devidamente esburacada – e assim as famílias de Peneireiros-das-torres , continuaram a viajar todos os anos desde o continente africano até a planície alentejana. E até havia pequenos bebedouros espalhados em vários locais: era inteligente este homem novo, guardava a água das chuvas de inverno e no verão, através de um pequeno sistema, essa água aparecia em lagos miniaturas. E no meio das searas e pastos, onde a comida abundava, surgia aqui e ali uma ou outra charca onde também se podia ir beber um pouco de água para refrescar nesses dias quentes de verão. Também varias árvores tinham sido ali deixadas, algumas azinheiras e oliveiras, que ofereciam uma bela sombra e alimento.
Todos perceberam que o mais importante era esta partilha e o respeito pelo espaço de cada um. Afinal a mudança não tem de ser uma coisa má.
FIM

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

                                              GALINHOLA






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Charadriiformes

Família:
Scolopacidae

Género:
Scolopax

Espécie:
S. rusticola

A Galinhola é uma limícola da mesma família das narcejas, ave com a qual apresenta, aliás, muitas semelhanças morfológicas. Porém, tem uma envergadura que a aproxima mais da perdiz. A sua plumagem, em tons castanho-arruivado, serve-lhe de camuflgem perfeita nos locais que frequenta. Possui um bico forte e comprido, com cerca de 7cm, uma cauda curta e as suas asas são compridas e arredondadas.

Onde vive?

É uma ave típica dos bosques, podendo frequentar um grande número de habitats, desde que associados a matas densas com subbosque húmido e algumas clareiras. Entre nós frequenta preferencialmente áreas de pinhal, eucaliptais, carvalhais, montados; e estevais, giestais e urzais densos.

Onde observar a Galinhola?

De um modo geral é relativamente comum - sobretudo a norte do rio Tejo -, um pouco por todo o lado, desde que encontre habitat favorável. As serras mais arborizadas de Trás-os-Montes, os pinhais da região centro, algumas zonas de montado do Ribatejo, as serras de Grândola e Portel, e as serras do Algarve são alguns dos locais no Continente onde a espécie ocorre em maior número. Dito assim, parece fácil. Mas não é. A Galinhola, embora relativamente comum, devido aos seus hábitos é das espécies mais difíceis de observar. Com efeito, trata-se de uma ave com hábitos solitários, que durante o dia se esconde no interior das matas, saindo ao anoitecer para se alimentar. Depois, só levanta com o observador muito próximo. Dada a natureza dos locais que frequenta(matos densos, silvados, etc.) compreende-se que não seja muito fácil para quem queira encontrar esta ave.

Assim, os melhores sítios onde observar a espécie são, sem dúvida, os locais de reprodução. E temos disso no nosso país? Temos – as regiões autónomas da Madeira e dos Açores: em várias ilhas, mas sobretudo no Pico, Flores, Terceira, Faial e S. Jorge. A melhor altura e locais para o fazer: durante a época de nidificação, nas zonas de altitude, ao entardecer, quando os machos em parada nupcial, percorrem vastas áreas em voos de exibição e defesa do território.

O que come?

Alimenta-se sobretudo ao entardecer e durante a noite - tanto nos bosques como em pastagens e campos vizinhos - de minhocas, capturadas após prospecção do solo com o seu longo bico, táctil, que funciona como uma pinça. Insectos e as suas larvas, algumas sementes e matéria vegetal completam a sua dieta, que pode sofrer algumas variações, consoante a disponibilidade de alimento da região e as diferentes épocas do ano.

Quando podem ser observadas?

No Continente de Outubro a Março; na ilha da Madeira e no Arquipélago dos Açores, onde é sobretudo residente, durante todo o ano embora de Fevereiro até final de Julho, época em que os machos estão mais activos e se exibem, seja a melhor época para a sua observação.

Ameaças?

As principais ameaças devem-se, primeiro: à destruição do seu habitat nos locais de reprodução, que são sobretudo convertidos em pastagens e à invasão de vegetação exótica. Depois, uma pressão cinegética excessiva e um calendário venatório muito longo, em ecossistemas frágeis como são as ilhas, podem também constituir uma séria ameaça à espécie.
Sabia que?

Os olhos da Galinhola, desmesurados e colocados no alto do crâneo - dando-lhe um aspecto algo bizarro e sobrenatural - conferem-lhe uma visão periférica de 360º, muito útil não só para a sua defesa(permitindo-lhe ver toda a área que a rodeia sem mover a cabeça, evitando assim denuciar-se a possíveis predadores), como ainda para o seu voo cheio de obstáculos, entre a vegetação alta e densa onde evolui, permitindo-lhe que evite com precisão todo o género de acidentes e obstáculos.

Estatísticas básicas:

Comprimento/Envergadura: 33-38cm; 55-65cm
Peso: 300-400g
Postura: 4 ovos
Incubação: 20-23 diasCrescimento: nidífugas; primeiros voos aos 15-20 dias; emancipam-se às 5-6 semanas

terça-feira, 22 de novembro de 2011

                                                                 CORVO






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Passeriformes

Família:
Corvidae

Género:
Corvus

Espécie:
C. corone


Características:
• Comprimento: 47 cm
• Envergadura: 92 a 100 cm
• Peso: 450 a 600 g
• Longevidade: 20 anos

Distribuição:
Com uma zona de distribuição bastante ampla, a gralha-negra pode ser encontrada em praticamente todo o continente europeu, o norte de África e a Ásia central, incluindo a Sibéria.

Habitat:
Esta ave pode ser encontrada numa grande variedade de habitats. Normalmente habita em zonas de bosque pouco arborizados que tenham nas suas imediações zonas que proporcionem alimentação abundante. São ainda bastante frequentes em campos agrícolas, parques de cidades e na proximidade de estradas, onde aproveitam os cadáveres dos animais mortos pelo trânsito rodoviário.

Reprodução:
A gralha-negra atinge a maturidade sexual aos dois anos de idade. Vive em acasalamento permanente tendo um comportamento bastante territorial. O ninho, normalmente, situado em árvores ou falésias é construído pelos dois membros do casal. É constituído por ramos e raízes misturados com barro sendo o seu interior forrado com lã e crinas de outros animais, ocasionalmente, com trapos e papéis. A postura é de 3 a 5 ovos e ocorre durante os meses de Abril e Maio. A incubação é assegurada exclusivamente pela fêmea durante os 18 a 21 dias que dura o período de choco. As crias são alimentadas por ambos os pais e abandonam o ninho com 35 dias de idade.

Alimentação:
A gralha-negra é uma ave omnívora. Alimentando-se essencialmente de cadáveres de outros animais e pequenos animais, incluindo insectos, caracóis, ratos, lagartos, rãs, vermes e outros invertebrados. Fazem ainda parte da su alimentação: frutas, cereais, bagas e restos de comida humana, em zonas urbanas. Pode ainda atacar ninhos para comer os ovos ou as crias.

sábado, 19 de novembro de 2011

                             BUFO REAL






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Strigiformes

Família:
Strigidae

Género:
Bubo

Espécie:
B. bubo



Requisitos ecológicos:

Habitat: Ocorre em regiões com pouca ocupação humana ou topograficamente inacessíveis,
normalmente maciços montanhosos, vales rochosos e falésias litorais, sempre com presença de
escarpas rochosos que constituem o seu abrigo e zona de nidificação. Pode também estar associado a
zonas de baixa montanha com maciços florestais maduros que alternam com espaços de
aproveitamento agro-silvo-pastoril.
Os ninhos situam-se usualmente em fissuras, cavernas, ou em plataformas rochosas, protegidas por
rochas salientes, arbustos, troncos e buracos de árvores ou até no solo, em zonas declivosas; e em
edifícios antigos. Por vezes ocupa os ninhos de outras aves .
Os habitats de alimentação preferidos em Portugal pela espécie,são
áreas de relevo acentuado, ocupados com matos em geral esparsos ou de aproveitamento agropecuário
extensivo, tal como noutras áreas de Península Ibérica. Procura
igualmente alimento em manchas florestais abertas, bosques ribeirinhos, zonas húmidas ou alagadas, e
mesmo em espaços peri-urbanos e aterros sanitários.
Dorme usualmente em plataformas rochosas e também na parte superior de árvores (o mais perto
possível dos troncos) em muitos casos secas, pode também utilizar postes de electricidade, construções
humanas como telhados de armazéns e ruínas. Os elementos de cada casal dormem em geral
separados, a algumas centenas de metros de distância; usam 4-5 sítios regulares que servem de pontos
estratégicos de vigilância e locais de nidificação alternativos. Durante a reprodução a fêmea dorme no
ninho, enquanto o macho dorme perto deste. Apesar de o Bufo-real dormir normalmente durante todo
o dia, pode desenvolver actividade em períodos crepusculares

Alimentação:
O Bufo-real alimenta-se principalmente de mamíferos de pequeno e médio porte
(ratos, ratazanas, lagomorfos e carnívoros), aves de tamanho médio, e com menor frequência aves de
rapina, répteis, anfíbios, peixes e cadáveres. Pode por vezes ocorrer canibalismo, jovens mais fracos
podem servir de alimento aos pais e irmãos, mas também existe registo de adultos a serem devorados
Caça essencialmente de noite, começando logo após o pôr do sol; no
período estival tem também alguma actividade crespuscular.

Reprodução:
Espécie monogâmica, a relação do casal é permanente. Ambos os progenitores cuidam
das crias. Crias nidícolas. Mostra fidelidade à área de nidificação durante vários anos, mais do que um
ninho pode ser utilizado dentro do mesmo território, no entanto prefere apenas 1 ou 2 ninhos
No nosso país nidifica entre Dezembro e Junho.

domingo, 13 de novembro de 2011

                                                POMBO COMUM






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Columbiformes

Família:
Columbidae

Género:
Columba

Espécie:
C. livia


O pombo-comum, também conhecido como pombo-doméstico ou pombo-das-rochas (Columba livia), é uma ave columbiforme bastante frequente em áreas urbanas.
A plumagem é normalmente em tons de cinzento, mais claro nas asas que no peito e cabeça, com cauda riscada de negro e pescoço esverdeado. Caracterizam-se, em geral, pelos reflexos metálicos na plumagem, cabeça e pés pequenos, bicos com ceroma ou elevação na base e a ponta deste em forma de gancho. O bico costuma ser negro, curto e fino, com 3,8 cm de comprimento médio. Verifica-se grande variação no padrão de cores desse animal, havendo exemplares brancos, marrons, manchados e acinzentados.
Esta espécie é originária da Eurásia e África e foi introduzida no Brasil no início da colonização portuguesa. Foi criado por asiáticos desde a antiguidade mais remota - há imagens que o representam, na Mesopotâmia, datadas de 4.500 a.C.
Um grande problema quanto ao pombo é que não há nenhum predador nas grandes cidades para este animal e sua reprodução é rápida, o que gera uma população cada vez crescente, um grave problema ambiental ao homem. É um dos animais sinantrópicos urbanos.

Raças
A columbofilia, atividade voltada para a criação de raças ornamentais, obteve dezenas de raças de aparência variada por seleção e cruzamentos, gerando formas como o pombo-papo-de-vento e o pombo-rabo-de-leque. O pombo-correio, usado como mensageiro e capaz de voar mais de 500 km por dia à velocidade média de 50 km/h. é um dos numerosos descendentes do pombo-doméstico.

Hábitos
Alimenta-se de sementes, grãos e frutas e, nas cidades, do que estiver disponível nas ruas, incluindo resíduos.
Os casais são muitas vezes constantes; o macho faz reverências à fêmea e ambos se acariciam na cabeça com frequentes arrulhos. Antes do coito, alimentam-se mutuamente com uma massa regurgitada. O pombo-comum faz o seu ninho numa plataforma de ramos, numa árvore ou em qualquer plataforma que esteja livre de frio e chuva, onde põe dois ovos brancos, que são incubados, tanto pelo macho como pela fêmea, eclodindo em 14 a 19 dias. Os filhotes abandonam os ninhos com 15 dias e os pais os alimentam nesse período com "leite de papo", massa rica em proteínas e gorduras que se desenvolve em ambos os sexos durante a procriação.

Saúde pública
Vítimas habituais de viroses e outras moléstias, como a ornitose e a doença de Newcastle, os pombos são hospedeiros de parasitas em sua plumagem. Entre eles se distingue a mosca-do-pombo (Pseudolynchia canariensis) transmissora do hematozoário Hemoproteus columbae, parasito que não prejudica o hospedeiro.
É considerado um grave problema ambiental, pois compete por alimento com as espécies nativas, danifica monumentos com suas fezes e pode transmitir doenças ao homem. Até recentemente 57 doenças eram catalogadas como transmitidas pelos pombos, tais como: histoplasmose, salmonella, criptococose. Mas atualmente vê-se como exagero esta atribuição de vetor de doenças: como exemplo, o Departamento de Saúde de Nova Iorque não tem nenhum registro de caso de doença transmitida por pombos a seres humanos.[1] Há um mito comum entre as pessoas não especializadas e até mesmo entre alguns profissionais da saúde de que eles podem transmitir toxoplasmose, mas a única maneira disso ocorrer seria através de uma hipótese remotíssima: se uma pessoa comesse a carne crua de uma ave que estivesse infectada com o Toxoplasma gondii. Portanto, o pombo não transmite toxoplasmose para seres humanos, somente para os animais que eventualmente se alimentem de aves cruas.
Até recentemente, havia uma certa benevolência com os pombos em áreas urbanas, sendo comum encontrarem-se em pontos turísticos em todo o mundo (como a Trafalgar Square em Londres, ou a Cinelândia carioca), com a presença de vendedores ambulantes licenciados de milho, atirado aos pombos. Atualmente, tais atitudes são desencorajadas e existe uma repugnância crescente à presença dos pombos, tidos como "ratos de asas", em áreas urbanas. Encontra-se na lista de espécies exóticas invasoras do Brasil. Inclusive, em alguns lugares no Sul do Brasil, existem campanhas para diminuir a população de pombas, por várias causas.


Ainda não há políticas públicas do controle da população de pombos nem medidas preventivas distribuídas a população para evitar o contágio das doenças transmitidas por este animal então o ideal é que cada indivíduo tome consciência de que o contato, e a alimentação deste animal leva a proliferação deste problema urbano.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

                                                               COTOVIA






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Passeri

Família:
Alaudidae



Alaudidae (cotovia) é um nome genérico dado a várias aves passariformes que constituem a família Alaudidae. São aves essencialmente do Velho Mundo, com exceção de uma única espécie, a Eremophila alpestris que também habita a América do Norte. Por vezes, o nome cotovia é usado para aludir exclusivamente à cotovia-comum.
A maioria reside na parte mais ocidental da sua área de distribuição. As cotovias que vivem na parte mais oriental têm movimentos migratórios mais acentuados em direcção ao sul, durante o inverno. As aves que vivem na área médio-ocidental da área referida movem-se também na direção de terras baixas e zonas costeiras durante a época fria. Habitam preferencialmente espaços abertos, cultivados ou baldios.
São conhecidas pelo seu canto característico. O seu vôo é ondulante, caracterizado por descidas rápidas e ascensões lentas alternadas. Os machos elevam-se até os 100 metros ou mais, até parecer apenas um ponto no céu onde descreve círculos e continua a cantar.
É difícil de distinguir no chão devido ao seu dorso acastanhado com estrias escuras. O seu ventre é pálido, com manchas alvacentas.
Alimenta-se de sementes. Na época do acasalamento acrescenta ao seu regime alimentar alguns insetos.

domingo, 6 de novembro de 2011

                           TRIGUEIRÃO







Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Passeriformes

Família:
Fringillidae

Género:
Emberiza

Espécie:
E. calandra




Pertencente à família Emberizidae, o Trigueirão é uma ave residente e nidificante em Portugal, bastante comum nas região interior a norte do Mondego e em todo território a sul do mesmo rio, rara no litoral a norte do Mondego, e particularmente abundante no interior da região alentejana. Frequenta zonas abertas com arvoredo disperso e, em particular, terrenos utilizados no cultivo de cereais, ainda que em pousio. Ave essencialmente granívora, alimenta-se, por via de regra, de sementes de cereais e outras, mas, especialmente durante a época de nidificação, também tem sido observada a capturar pequenos invertebrados.
Constrói os ninhos no solo, em pequenas depressões, a partir do mês de Abril, podendo criar duas ninhadas por ano, variando cada postura entre os 4 e os 6 ovos. O período de incubação vai de 12 a 14 dias e as crias permanecem no ninho entre 9 e 13 dias.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

                     ABETARDA-COMUM







Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Gruiformes
Família: Otididae
Género: Otis
Espécie: O. tarda

Distribuição
As abetardas-comuns praticamente já só podem ser observadas em liberdade na Europa, nomeadamente na Península Ibérica e em países de Leste como a Rússia, a Hungria e a Turquia, no Norte e Centro de África, e em lugares tão distantes como a Índia ou a Austrália.
O seu desaparecimento no resto da Europa foi causado pelo facto de, por um lado, terem diminuído as áreas de produção cerealífera, mas também por se terem alterado as técnicas usadas, para maior produção das áreas semeadas.
Em Portugal, estas aves podem ser observadas principalmente no Alentejo, embora não seja fácil, dado o baixo número de animais existentes, e não obstante quando se encontram estejam em bandos.

Alimentação
Quando nascem, as abetardas começam por ser principalmente insectívoras e com o crescimento adoptam uma alimentação essencialmente herbívora, consistindo principalmente de sementes, grãos e frutos. Podem, ainda que ocasionalmente, comer pequenos lagartos ou roedores de pequena dimensão.

Estado de conservação
As abetardas encontram-se de um modo geral, no que diz respeito à conservação, em Estado Vulnerável (VU), devido às alterações agrícolas europeias, mas também pela caça furtiva e pelos cabos de alta tensão que muitas vezes são um fim trágico para estas lentas e pouco ágeis aves. A espécie entrou em declínio em meados do século XIX, e os seus números ainda não pararam de cair.
Em termos mundiais, as estimativas apontam para que neste momento existam em todo o mundo menos de 40.000 destas aves sendo que destas cerca de metade estão na Península Ibérica. Em Portugal, podem ser observadas pouco mais de um milhar.

Reprodução
As abetardas põem em média entre 2 e 4 ovos, e o período de incubação são cerca de 24 dias.

Tamanho
Um macho de abetarda adulto pode medir cerca de 90 centímetros, ter uma envergadura de asa de 2,6 metros e pesar até 16 quilogramas, o que faz das abetardas as aves mais pesadas da Europa. As fêmeas são significativamente menores que os machos e bastante mais leves, pesando cerca de um quarto do peso dos machos.

Longevidade
Estima-se que os animais desta espécie possam viver cerca de 11 anos

terça-feira, 11 de outubro de 2011


                                  LUGRE





Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Passeriformes

Subordem:
Passeri

Família:
Fringillidae

Género:
Carduelis

Espécie:
C. spinus


Características: O Macho tem um género do “boina preta” e quando adulto pode ter um pequena “gravata “ também preta por debaixo do bico, a coloração amarela é mais intensa do que as fêmeas, as suas cores verdes e amarelas variam de indivíduo para indivíduo, as fêmeas são menos coloridas e não possuem preto na parte superior da cabeça.

Comprimento: O seu porte anda entre os 11,5 a 12,5 cm. Os Lugres são muito dóceis, fáceis de domesticar, em poucos meses de adaptação chegam a comer da mão do dono.

Habitat: O Lugre é comum nestes países: Europa, África Setentrional e Ásia. Esta ave silvestre pode ser vista a vaguear em: jardins, bosques, matas, charnecas das aldeias e cidades.


Alimentação: Na natureza alimenta-se de um número grande de sementes, os pulgões das roseiras, hortaliças e arvores de fruto, a sua dieta vai variando com a época do ano, Primavera, Verão, Outono, e no Inverno para poder sobreviver migrar para outros países mais quentes.

Criação: Está ocorre durante os meses de Abril-Maio.
O Lugre quando está bem de saúde é um bom cantor, tem cantos diferentes, para os mais atentos devem ouvir como é diferente o seu canto na altura da corte e copula com a fêmea é uma coisa quase aflitiva.
O seu ninho é feiro de: musgo, penas, pelos de animais, em forma de taça num ponto alto de uma conífera, cedro, ou árvore de fruto, a incubação ou choco leva aproximadamente, 11-14 dias as suas posturas variam 4- 5, a sua coloração é azul-claros, com manchas avermelhadas, esta ocorre no período da sua nidificação.

domingo, 9 de outubro de 2011

               BICO-DE-LACRE-COMUM






Domínio:
Eukariota

Reino:
Animalia

Subreino:
Metazoa

Filo:
Chordata

Subfilo:
Vertebrata

Infrafilo:
Gnathostomata

Superclasse:
Tetrapoda

Classe:
Aves

Subclasse:
Neognathae

Ordem:
Passeriformes

Subordem:
Passeri

Família:
Passeridae

Subfamília:
Estrildinae

Tribo:
Estrildini

Género:
Estrilda

Espécie:
E. astrild


O bico-de-lacre-comum (Estrilda astrild), também conhecido como bico-de-lacre-de-santa-helena, é uma pequena ave, pertencente à subfamília Estrildinae. É nativo da África subsaariana, mas tem uma extensão de ocupação estimada de 10.000.000 km².

Introdução em Portugal
Esta espécie foi introduzida em Portugal, na década de 1970, e já existe actualmente em grande quantidade. É uma espécie popular e é fácil de manter em cativeiro.
Características

Morfofisiologia
É um pássaro pequeno, cerca de 11 a 13 centímetros de comprimento e 12 a 14 centímetros de envergadura. Tem um peso de 7 a 10 gramas. Apresenta uma cor acastanhada mais escura no dorso e é mais acinzentado na região do peito. Tem o bico vermelho-vivo e uma risca vermelha à volta dos olhos. Também têm uma linha avermelhada no peito. Os machos e fêmeas são idênticos, mas os machos têm uma cor mais vermelha no peito, diferenciando-se pela cor preta na base inferior da cauda, ao contrário da fêmea que mantém o acastanhado.

Comportamento
São pássaros que gostam de viver em comunidade e não se importam de viver com pássaros de outras espécies, se forem do mesmo porte e não forem muito turbulentos. Podem ser encontrados em bandos grandes contendo dezenas, às vezes centenas de pássaros. Esta espécie é calma e colonial, e adapta-se com facilidade junto das habitações humanas.


Alimentação
Estes pássaros são granívoros, portanto a dieta deles baseia-se em sementes. A alimentação deles deve ser de variados tipos de sementes, embora deva haver maior abundância de painço. Embora não apreciem muito insectos, também podem comer alguns ocasionalmente, especialmente na reprodução, quando precisam de mais proteínas.

Reprodução
O casal constrói o ninho, oval ou esférico, geralmente com corda, mas também com penas e algodões. A postura normal é de 3 a 5 ovos durante o ano, excluindo os meses mais frios. Os ovos são incubados em 11 a 13 dias, por ambos os sexos do casal. Têm um desenvolvimento um pouco lento quando comparados com outros pássaros. Permanecem no ninho cerca de 21 dias, e só 3 semanas depois já conseguem comer sozinhas. Os jovens têm uma plumagem incompleta e o bico vermelho.


Distribuição, conservação e habitat
O habitat desta espécies de pássaros é variado, podendo ir de paisagens abertas, campos, até áreas urbanas. Em Portugal esta espécie teve um grande sucesso na sua introdução, por ser uma espécie bastante adaptável. Já existem bastantes em Portugal e continuam em expansão, mais para norte do que para sul. Não é uma espécie em perigo de extinção, também pelo facto de ser uma espécie introduzida. Nos estudos feitos até agora, não mostram sinais de competição pela alimentação, com outras espécies de pássaros nativas. Podem causar problemas em plantações de arroz.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

                                 PERDIZ






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Galliformes

Família:
Phasianidae

Género:
Alectoris

Espécie:
A. rufa


A perdiz é uma das espécies cinegéticas preferidas dos caçadores portugueses e bastante abundante no nordeste transmontano. Para além da Península Ibérica, apenas se encontra presente em França, Norte de Itália e parte da Grã-Bretanha, onde foi introduzida. Costuma andar em pequenos bandos, com um máximo de 15 indivíduos. Voa rente ao solo, depois de uma pequena corrida para tomar balanço. É uma excelente andarilha e tem um tamanho tamanho entre 35 e 40 cm. Apresenta os flancos caracteristicamente estriados de castanho e branco, com uma linha preta contornando o branco das faces e descendo até ao peito, onde forma um colar negro e de onde partem estrias da mesma cor que salpicam o cinzento do peito. As costas e a parte superior da cabeça são num quente tom de castanho, o bico e as patas vermelhas. O macho é maior e mais pesado do que a fêmea, apresentando uma cabeça mais volumosa.
É uma ave que prefere especialmente as zonas de culturas cerealíferas, mas também se pode encontrar na periferia das áreas incultas ou matos, por vezes também em vinhas. A sua alimentação é essencialmente insectívora no primeiro ano de vida, e evolui depois radicalmente por forma a englobar produtos de origem quase só vegetal.
O acasalamento destas aves ocorre geralmente entre Fevereiro e Março, podendo haver alterações conforme as condições atmosféricas; fazem o ninho geralmente no chão, junto a tufos de ervas, debaixo de ramos secos, junto a linhas de água. A postura é feita entre Abril e Maio, com um número de ovos (amarelados com manchas avermelhadas) entre 8 e 23 (em média 12); a incubação dura cerca de 23 dias, e por vezes em dois ninhos, um incubado pelo macho e outro pela fêmea.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

                          GUARDA-RIOS






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Coraciiformes

Família:
Alcedinidae

Género:
Alcedo

Espécie:
A. atthis

Identificação
Os guarda-rios são aves de pequeno a médio porte (10 a 46 cm de comprimento). Grande cabeça, bico comprido, asas largas, pernas e cauda curtas. Azul e verde brilhantes nas partes superiores - dorso e cauda parecem luminosos. Laranja avermelhado inferiormente. O bico do macho é preto acizentado, enquanto a fêmea tem a base da mandíbula inferior vermelha. Bastante tímido. Voo rápido e directo, bem por cima da água, vendo-se pouco as suas cores, mas o dorso e a cauda brilham. Mesmo nessa altura difícil de visualizar, mas anuncia-se com assobios agudos, "tzii". Uma verdadeira chuva de assobios, decaindo no tom é ouvida quando dois se encontram.
Habitat
Visto frequentemente em lagos ricos em peixe. Empoleira-se nos ramos por cima da água, debaixo de pontes. Pode permanecer imóvel por longos períodos, difícil de detectar, não sendo a exibição de cor muito proeminente nessa altura. Mergulha de cabeça para capturar peixe, geralmente do poleiro mas também após um breve peneirar.

Reprodução
Reproduz-se ao longo dos rios e ribeiros lentos, com bancos e socalcos arenosos, onde o ninho é escavado. Os guarda-rios são aves monogâmicas que formam casais permanentes na maioria das espécies. Há no entanto exemplos onde o casal reprodutor é auxiliado nos cuidados parentais por membros subordinados do grupo, frequentemente crias da postura anterior. A frequência de postura, feita sobretudo em cavidades no solo construidas por outros animais, varia de acordo com as espécies e condições ambientais entre 1 a 4 vezes por ano. Cada postura tem em média 3 a 6 ovos, que são incubados por ambos os membros do casal durante duas a quatro semanas. Os juvenis são totalmente dependentes dos pais durante as três a oito semanas seguintes. Quando as crias começam a voar, o casal diminui drasticamente a quantidade de comida que traz aos filhos para os incentivar a procurar alimentos sozinhos. Esta fase dura em média um mês, após o que o casal expulsa as crias do território.

Curiosidades
Também conhecido como pica-peixe. Os guarda-rios são aves diurnas e sedentárias, havendo no entanto exemplos de espécies parcialmente migratórias. Os guarda-rios adultos não fazem parte da dieta fundamental de nenhum outro animal graças à sua rapidez, mas os ninhos e os juvenis estão mais expostos e podem ser atacados por cobras, doninhas ou primatas. Os predadores conhecidos do grupo são sobretudo aves de rapina.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

                                FALCÃO






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Falconiformes

Família:
Falconidae

Género:
Falco

Espécie:
F. tinnunculus



Características
Falcão de dimensão média, bico curto e curvo, asas e cauda comprida. Cabeça acinzentada, dorso e coberturas da face superior das asas castanhas avermelhadas muito listradas, contrastando com as penas de voo mais escuras. Uropígio e face superior da cauda cinzento azulada sem listras e cauda com uma barra terminal escura e larga.
Voz: Séries rápidas de sons curtos e agudos.
Caracteriza-se pela capacidade de “peneirar”, isto é de permanecer voando parado sobre um determinado ponto no solo, comportamento este que o ajuda na detecção e captura de suas presas.

Alimentação
Auxiliar precioso do agricultor, alimenta-se de ratos, insetos e, por vezes, de rãs e vermes

Reprodução
Nidifica geralmente em ninhos velhos de corvídeos, nas árvores, cavidades rochosas ou mesmo em edifícios. A postura de 4 ou 5 ovos é incubada pela fêmea durante cerca de 28 dias. As crias são alimentadas por ambos os progenitores, estando prontas a voar após 28 dias.

Hábitos
As suas longas asas pontiagudas permitem-lhe um voo possante, rápido e ágil. A sua cauda é longa e as asas arqueadas em forma de foice
Adapta-se bem a ambientes alterados pelo homem, especialmente terras de cultura, mas diminui em regiões onde houver uma expansão da agricultura mecanizada.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

                                  ÁGUIA






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Accipitriformes

Família:
Accipitridae

Género:
Aquila



Características físicas
• Comprimento: 66 a 100 cm
• Envergadura de asas: 150 a 250 cm
• Peso: 2,5 a 12 kg

Como em todas as aves de rapina, as fêmeas são ligeiramente maiores que os machos.
Alimentação
Esta águia alimenta-se de tarantulas, morcegos, pássaros, coelhos, ratos, toupeiras, répteis, lebres e carniça

Reprodução
A época de reprodução inicia-se em meados de janeiro e prolongando-se até maio - setembro, podendo variar de acordo com a região geográfica. Cada casal pode ter até 10 ninhos, mas só 2-3 são usados em rotação. Alguns casais usam o mesmo ninho cada ano, enquanto outros usam os ninhos alternando os anos. O mesmo ninho pode ser usado por gerações. O ninho normalmente é construído em um precipício alto, entretanto podem ser usadas árvores se precipícios não estão disponíveis. O local de ninho preferido é onde a presa pode ser avistada facilmente. O ninho pode ser enorme se o local permitir. Alguns ninhos de precipício medem de 2,5 a 3 m de diâmetro por 1 a 1,20 m de espessura. É volumoso e é composto de varas, ramos, raízes, ervas daninhas, e mato. A fêmea é responsável pela maioria da incubação, embora o macho frequentemente ajude. A postura pode ser de 1-4 ovos, no entanto o mais comum é ser de dois ovos. Os ovos são branco sujo e manchas castanho ou castanho avermelhado. A incubação dura 35-45 dias. As crias que nascem primeiro são mais fortes, frequentemente matam os irmãos menores e mais fracos e os pais não interferem. O filhote é dependente de seus pais durante 30 dias ou mais.

Comportamento
Formam casais, e um casal precisa até 55 km de território para caçar. Sua velocidade comum durante o vôo é de 45 a 50 km/h, foram registados mergulhos que variam de 240 km/h á 320 km/h para capturar sua presa. A maioria delas no Alasca e Canadá viajam para o sul no outono quando a comida começa a faltar no norte. Mas nem todas as águias migram; algumas permanecem no Alasca, Canadá meridional e portugal e no norte dos EUA.

Habitat
Existe na Eurásia, Norte de África e na América do Norte. A área de procriação na América do Norte inclui o México norte-central, os Estados Unidos ocidentais como Dakotas, Kansas e Texas, também o Alasca, e o norte do Canadá. Durante o inverno elas podem ser achadas no Alasca meridional e Canadá, nos oeste dos Estados Unidos e México. São vistas algumas em Minnesota todos os outonos durante a migração e ocasionalmente no rio Mississippi durante o inverno.
São protegidas pelo governo dos Estados Unidos e são consideradas ameaçadas de extinção. A caça, a eliminação de presas por alteração do habitat natural e o envenenamento por mercúrio são os fatores principais que limitam as populações dessa ave. Elas abandonam seus ninhos durante a incubação se foram perturbadas no seu habitat.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

                                   CUCO






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Cuculiformes

Família:
Cuculidae



Cuculidae é uma família de aves cuculiformes conhecidas pelo nome vulgar de cucos, corredores ou sacis. O grupo está mais diversificado na Europa e Américas. Os cucos alimentam-se de insetos. A maioria das espécies do Velho Mundo são parasitas e põem seus ovos nos ninhos de outras aves.

Onde vive:
O cuco distribui-se por todo o país.
O cuco passa o Verão na Europa e no Outono migra para África.
Os cucos adultos partem para África onde passam o Inverno após realizarem a sua postura.
Os jovens partem mais tarde em Agosto – Setembro, sem serem guiados pelos seus pais, a quem nunca vão conhecer.
O cuco migra de noite isoladamente.
Têm um sentido de navegação, que permite aos jovens encontrar o rumo de África. Uma viagem solitária, que os leva a cruzar o deserto do Saara até aos bosques equatoriais, onde encontram o refúgio de Inverno.
Como é:
São aves de tamanho médio com cauda comprida e asas pontiagudas da família dos Cuculídeos.
O cuco ( Cuculus canorus ) também conhecido como cuco-cinzento, tem cabeça, peito e dorso de cor cinza com estrias na zona abdominal. A fêmea geralmente tem o mesmo padrão, excepto na cor que é ferrugínea e apresenta estrias na parte superior do peito. Bico ligeiramente curvo e patas amarelas.
O comprimento do cuco é de 33 centímetros, o comprimento da asa oscila entre os 200 e 230 milímetros. O seu peso varia entre os 90 e 130 gramas.
Os juvenis são castanhos, bastante escuros na parte dorsal, e apresentam uma mancha branca na nuca.
Alimentação:
O cuco alimenta-se habitualmente de insectos, como a processionária dos pinheiros, aranhas e larvas. Os cucos bebés compartilham a dieta dos pais adoptivos, ou seja insectos, mas às vezes também sementes.
Reprodução:
O cuco é um exemplo clássico de parasitismo das aves.
Não se preocupa com a construção do ninho, a incubação e a alimentação das crias.
A fêmea do cuco observa outras aves (alvéola-branca, papa-moscas-comum e rouxinol-dos-caniços) que constroem os seus ninhos e, num momento de distracção, deposita um ovo no ninho dessa ave. Geralmente põe os seus ovos à tarde, porque os donos dos ninhos os põem de manhã. Com intervalos de 48 horas, o cuco põe 12 a 13 ovos em outros tantos ninhos, roubando de cada ninho um ovo para deixar um número igual de ovos.
O jovem cuco nasce mais cedo do que as outras crias e, num instinto fratricida, atira pela borda fora os ovos ou os pequenos «irmãos» que possam existir, ficando deste modo com toda a atenção (e alimentação) dos pais adoptivos para si.

domingo, 21 de agosto de 2011

                              MORCEGO






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Mammalia

Infraclasse:
Placentalia

Ordem:
Chiroptera


Os morcegos (ordem Chiroptera, do grego: kheir = mão + pteron = asa) são os únicos mamíferos capazes de voar, tendo seus membros anteriores (mãos e braços) transformados em asas, que são diferentes das asas das aves e dos extintos pterossauros. Tradicionalmente, divide-se os quirópteros em morcegos propriamente ditos (subordem Microchiroptera) e raposas-voadoras (subordem Megachiroptera). Representam um quarto de toda as espécies de mamíferos do mundo. São pelo menos 1.116 espécies ,que possuem uma enorme variedade de formas e tamanhos, podem ter uma envergadura de cinco centímetros a dois metros, uma enorme capacidade de adaptação a quase qualquer ambiente (só não ocorrem nos pólos), e uma ampla diversidade de hábitos alimentares. Os morcegos tem a dieta mais variada entre os mamíferos, pois podem comer frutos, sementes, folhas, néctar, pólen, artrópodes, pequenos vertebrados, peixes e sangue.Somente três espécies se alimentam exclusivamente de sangue: são os chamados morcegos hematófagos ou vampiros, encontrados apenas na América Latina e no Sul do México. Dessa maneira, morcegos contribuem substancialmente para a estrutura e dinâmica dos ecossistemas , pois atuam como polinizadores, dispersores de sementes, predadores de insetos (incluindo pragas agrícolas), fornecedores de nutrientes em cavernas e vetores de doenças silvestres, dentre outras funções. Possuem ainda o extraordinário sentido da ecolocalização (biossonar ou orientação por ecos), que utilizam para orientação, busca de alimento e comunicação.
Classificação
Os Megachiroptera são encontrados na África, Oceania e Ásia. Como o seu nome indica, nesta subordem que encontram-se os maiores morcegos do mundo, os quais chegam a 2 metros de envergadura e comem frutas. Não utilizam a ecolocação, à excepção do gén. Rousettus. A subordem Microchiroptera contém os mais variados hábitos alimentares, comendo desde frutas (frugivoros) até peixes(piscivoro), e com freqüência dependem da ecolocalização para navegação e para encontrar presas. Três espécies se destacam por terem desenvolvido um hábito alimentar por sangue, os hematófagos. (Desmodus rotundus, Diphylla ecaudata e Diaemus youngii).
Acreditava-se que essas duas subordens tinham se desenvolvido de forma independente e que suas características similares eram resultado de evolução convergente. Porém, análises filogenéticas mostraram que os dois grupos têm um ancestral voador comum. Estudos filogenéticos mais recentes, feitos com dados moleculares, têm mantido essa teoria do ancestral comum (a ordem Chiroptera seria mesmo um grupo monofilético). Porém, a divisão em duas subordens está sendo alterada, porque na verdade as raposas-voadoras parecem estar contidas dentro de uma linhagem evolutiva dos demais morcegos.
Sabe-se pouco sobre a origem dos morcegos, já que seus esqueletos pequenos e delicados não fossilizam bem. Os morcegos fósséis mais antigos encontrados são o Icaronyctens, Archaeonyctnes, Palaeochropteryx e Hassianycteris do Eoceno inferior (cerca de 50 milhões de anos atrás), mas eles já eram muito semelhantes aos Microchiroptera modernos. Os morcegos eram usualmente agrupados, junto com os Scandentia, Dermoptera e primatas, na superordem Archonta, mas novos estudos genéticos, morfológicos e paleontológicos revelaram que os morcegos não ligam-se a estes animais. Com a exclusão dos Chiroptera, o grupo passou a ser batizado de Euarchonta. Parece que os Chiroptera estão mais relacionados à antiga ordem Insetivora (musaranhos e toupeiras), que atualmente está dividida em ordens menores.
Anatomia
O osso do metacarpo e o segundo e quinto dedos dos membros anteriores são alongados, e entre eles existe uma membrana, chamada feiosa brósiliti quiropatágio. A membrana se estende dos dedos até ao lado do corpo e deste até à base dos membro posteriores. A asa inteira de um morcego é chamada patágio. Muitas espécies têm também uma membrana entre os membros posteriores incluindo a cauda. Esta membrana é o uropatágio.
O patágio está cheio de delicados vasos sangüineos, fibras musculares e nervos. No tempo frio, os morcegos enrolam-se em suas próprias asas como num casaco. No calor eles as expandem para refrescar seus corpos.
O polegar e às vezes o segundo dedo dos membros anteriores têm garras, bem como os cinco dedos dos membros posteriores. As garras traseiras permitem aos morcegos agarrarem-se aos galhos ou saliências. Os morcegos também podem se mover no chão, mas são bastante desajeitados.
Quase todos os morcegos são ativos à noite ou ao crepúsculo, com exceção do grupo das raposas-voadoras, que inclui muitas espécies diurnas. Os seus sentidos de olfato paladar e audição são excelentes e, ao contrário do que muitos pensam, morcegos possuem uma boa visão. Eles possuem também o sentido da ecolocalização (biossonar), que levou a diversas modificações morfológicas em várias espécies de morcegos, chegando a aparências bizarras como a dos morcegos Centurio.
Seus dentes no geral se parecem com os dos mamíferos da ordem Insectivora (toupeiras e musaranhos). Porém, há uma grande variedade de dentições entre os morcegos, relacionadas às suas linhagens evolutivas e hábitos alimentares[2]. Por exemplo, morcegos frugívoros costumam ter um grande número de dentes, tendo molares e pré-molares bem largos e fortes, que usam para mastigar a polpa fibrosa de muitos frutos. Já morcegos que se alimentam de néctar tem poucos dentes, que são de menor tamanho, já que esses morcegos só bebem líquidos. Morcegos-vampiros, por sua vez, tem dentes incisivos bastante grandes e afiados, que usam para fazer cortes precisos e superficiais nas suas presas, das quais lambem o sangue.
Ecolocalização
A grande maioria dos morcegos possui um sexto sentido, aliado aos cinco a que nós humanos estamos acostumados: a ecolocalização , ou seja, orientação por ecos. Este sentido funciona basicamente da seguinte maneira: O morcego emite ondas ultra-sônicas (frequência acima de 20 KHz, inaudíveis para humanos) pelas narinas ou pela boca, dependendo da espécie. Essas ondas atingem obstáculos no ambiente e voltam na forma de ecos com frequência maior pois ao voltar o eco mais a velocidade do morcego são somadas. (Efeito Doppler) . Esses ecos são percebidos pelo morcego. Com base no tempo em que os ecos demoraram a voltar, nas direções de onde vieram, e na frequência relativa dos ecos (efeito Doppler), os morcegos sentem se há obstáculos no caminho, assim como suas distâncias, formas e velocidades relativas. Isso é especialmente útil para caçar insetos voadores, por exemplo, mas morcegos com outras dietas também usam bastante esse sentido.
Alguns dos ancestrais dos morcegos - musaranhos e toupeiras (mamíferos da ordem Insectivora) - já possuíam um sistema de ecolocalização rudimentar. Supõe-se que os morcegos da subordem Microchiroptera desenvolveram seu sistema sofisticado como uma novidade evolutiva, e que as raposas-voadoras da subordem Megachiroptera perderam esse sistema originalmente, tendo algumas espécies desenvolvido posteriormente um sistema rudimentar baseado em cliques da língua. Outros sistemas de ecolocalização evoluíram de forma independente em golfinhos, baleias, andorinhões e outros animais.
A ecolocalização também pode ser chamada de biossonar, pois a partir desse sistema natural foram desenvolvidos os sonares de navios e os aparelhos de ultra-som. Na verdade, nenhuma "imitação humana" se compara à qualidade do sistema natural. Assim, os morcegos contam com um recurso muito importante para animais que precisam se orientar à noite ou em ambientes escuros, como as cavernas. A eficiência da ecolocalização varia entre as espécies de morcegos, sendo que os de hábito alimentar insetívoro, ou predadores de insetos em geral, possuem-no mais desenvolvido. A ecolocalização é importante também para morcegos que se alimentam de plantas, pois ela os ajuda a encontrar frutos e flores, e reconhecer suas espécies com base no padrão de ecos que produzem. Alguns morcegos usam a ecolocalização também para se comunicar com outros indivíduos da mesma espécie; isso é importante principalmente no reconhecimento entre mães e filhotes. Já se tem estudado aplicações da ecolocalização na orientação de pessoas cegas.
Morcegos vampiros (subfamília Desmodontinae) tem ainda um sétimo sentido, a termopercepção (leia mais no tópico sobre a raiva).
Reprodução
Um morcego recém-nascido se agarra à pele da mãe e é transportado, embora logo se torne grande demais para isto. Seria difícil para um adulto carregar mais de uma cria, portanto normalmente nasce apenas uma. Os morcegos freqüentemente formam colônias-berçário, com muitas fêmeas dando à luz na mesma área, seja uma caverna, um oco de árvore ou uma cavidade numa construção. A gestação dura de dois (em algumas espécies de morcegos frugívoros) a sete meses (em morcegos hematófagos), variando conforme a espécie. Em algumas espécies duas glândulas mamárias estão situadas entre o peito e os ombros (axilares), mas também podem ser peitorais ou abdominais.
Embora a habilidade de voar seja congênita, imediatamente após o nascimento as asas ainda são pequenas demais para voar. Os jovens morcegos da ordem Microchiroptera se tornam independentes com a idade de seis a oito semanas, os da ordem Megachiroptera não antes dos quatro meses. Com a idade de dois anos os morcegos estão sexualmente maduros.
A maioria dos morcegos tem apenas um filhote por gestação e de uma a duas gestações por ano. Há exceções como os morcegos do gênero Lasiurus, que costumam ter quadrigêmeos, e alguns morcegos Myotis, que podem ter três ou quatro gestações por ano . A expectativa de vida do morcego vai de quatro a trinta anos, variando muito conforme a espécie. Morcegos que se alimentam de plantas costumam ter sua sazonalidade reprodutiva influenciada pela oferta dos frutos ou flores de que mais gostam, porém em alguns locais as variações no clima podem ser muito importantes.
Morcegos apresentam uma grande variedade de comportamentos reprodutivos . Em geral, a maioria das espécies de morcegos é poligínica , ou seja, um macho dominante mantém o controle sobre várias fêmeas (harém), enquanto machos subordinados lutam para conseguir copular secretamente com algumas delas. Há espécies de morcegos em que os machos têm glândulas de cheiro nos ombros ou pescoço, usadas para emitir odores que atraem as fêmeas. Em outras espécies os machos têm ornamentos, como cristas na cabeça, que desempenham um papel na seleção sexual. Além disso, algumas espécies apresentam comportamentos sexuais bem curiosos, como até mesmo felação .
Inimigos naturais
Os morcegos pequenos são às vezes presas de corujas e falcões. De maneira geral, há poucos animais capazes de caçar um morcego. Na Ásia existe um tipo de falcão que se especializou em caçar morcegos. O gato doméstico é um predador regular em áreas urbanas, pega morcegos que estão entrando ou deixando um abrigo, ou no chão. Poucos morcegos descem ao chão para se alimentar, salvo casos observados nos gêneros Artibeus e Centurio. Morcegos podem ir ao chão devido a acidentes enquanto estão aprendendo a voar, em tempo ruim, como estratégia de aproximação ou então quando estão doentes. Também existem relatos de algumas espécies de sapos e lacraias cavernícolas que predam morcegos, além, é claro, de morcegos carnívoros maiores, especialmente da tribo Vampirinii, que se alimentam dos menores. Marsupiais neotropicais, como gambás e cuícas da família Didelphidae, também costumam predar morcegos. Cobras também são importantes predadores de morcegos. Há também registros de predação de morcegos do gênero Myotis por bem-te-vis.
Os piores inimigos dos morcegos são os parasitas. As membranas, com seus vasos sangüíneos, são fontes ideais de alimento para pulgas e carrapatos. Alguns grupos de insetos sugam apenas o sangue de morcegos, por exemplo as moscas-de-morcego, pertencentes às famílias Streblidae e Nycteribiidae. Nas suas cavernas os morcegos ficam pendurados muito próximos, portanto é fácil para os parasitas infestar novos hospedeiros.
Transmissão da raiva
Ainda que o perigo de transmissão de raiva se resuma aos locais onde essa doença é endêmica, dos poucos casos relatados anualmente em algumas localidades, a maioria é causada por mordidas de morcegos. Porém, na maioria dos lugares, especialmente nas cidades, os principais transmissores da raiva ainda são cães e gatos. Embora a maioria dos morcegos não tenha raiva, os que têm podem ficar pesados, desorientados, incapazes de voar, o que torna mais provável que entrem em contato com seres humanos. Outras mudanças no comportamento do morcego contaminado são atividade alimentar diurna, hiperexcitabilidade, agressividade, tremores, falta de coordenação dos movimentos, contrações musculares e paralisia, seguida de óbito. O maior problema relacionado à raiva transmitida por morcegos são as mortes de animais de criação, principalmente bois. Os principais morcegos transmissores de raiva são da subfamília Desmodontinae (família Phyllostomidae), os famosos morcegos vampiros, porém morcegos de outros tipos também podem se contaminar e transmitir a doença.
Embora não se deva ter um medo desmesurado de morcegos, deve-se evitar manipulá-los ou tê-los no lugar onde se vive, tal como acontece com qualquer animal selvagem.
Os morcegos vampiros têm dentes muito pequenos e afiados, então podem morder uma pessoa adormecida sem que sejam sentidos. Além disso, eles são muito pequenos (cerca de 30 g), seu ataque é muito sutil e sua mordida é superficial, por isso é difícil que acordem a presa. Morcegos vampiros tem ainda um sétimo sentido, a termopercepção, que funciona através de mecanismos fisiológicos finamente ajustados e os auxilia a descobrir os vasos sanguíneos mais superficiais, propiciando assim uma mordida mais rasa e, portanto, menos dolorida. Morcegos vampiros não têm anestésico na saliva, ao contrário do que algumas pessoas acreditam. Porém, eles têm um forte anticoagulante na saliva, que retarda a cicatrização da ferida, permitindo que se alimentem por mais tempo; essa substância tem sido estudada para a elaboração de remédios para a circulação.
Se um morcego for encontrado em uma casa e não se puder excluir a possibilidade de exposição, o morcego deve ser capturado e imediatamente encaminhado para o centro local de controle de zoonose para ser observado. Isto também se aplica se o morcego for encontrado morto. Se for certo que ninguém foi exposto ao morcego, ele deve ser retirado da casa. A melhor forma de fazê-lo é fechar todas as portas e janelas do cômodo exceto uma para o exterior. O morcego logo sairá.
Devido ao risco de raiva e também há problemas de saúde relacionados a suas fezes, que podem conter, entre outros, os fungos causadores da histoplasmose, os morcegos devem ser retirados das partes habitadas das casas. O site do Centro de Controle de Doenças dos EUA contém informações detalhadas sobre como manejar e capturar um morcego e sobre a manutenção de uma casa para impedir que morcegos nela se instalem.
Nos locais onde a raiva não é endêmica, como na maior parte da Europa ocidental, pequenos morcegos podem ser considerados inofensivos. Morcegos grandes podem dar uma mordida desagradável. Trate-os com o respeito devido a qualquer animal silvestre.

sábado, 13 de agosto de 2011

              ABUTRE FAVEIRO ( GRIFO )






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Accipitriformes[1]
Falconiformes

Família:
Accipitridae

Género:
Gyps

Espécie:
G. fulvus
O abutre-fouveiro (Gyps fulvus), também conhecido pelo nome de grifo, é um abutre que ocorre nas montanhas do sul da Europa, do sudoeste asiático e da África. Tais abutres chegam a medir até 1 metro de comprimento e 2,7 metros de envergadura, e pesam de 6 a 12 kg.
Alimenta-se quase exclusivamente de carne morta, passando longo tempo a pairar alto no céu à procura de cadáveres, voando em círculos. Em voo tem uma silhueta típica, enormes asas, muito maiores que o corpo, cauda curta e arredondada, completamente aberta, e pescoço encolhido. É normalmente gregário e estabelece colónias de até 200 casais. Registaram-se casos raros de grifos atacarem presas vivas, especialmente animais jovens, fracos ou doentes.
A parte superior e inferior do corpo apresenta uma cor castanha clara, distinguindo-se as rémiges e a cauda pretas. O pescoço apresenta um colar espesso de penas claras na base, sendo depois coberto de pequenas penas brancas até à cabeça, com um aspecto lanoso. Tem patas cinzentas bastante débeis, pois não as usa para agarrar as presas como as águias.
Nidifica em saliências ou fendas de escarpas rochosas, construindo um ninho de gravetos e ervas. Em uma postura anual, entre Janeiro e Junho, põe um só ovo, branco, que eclode ao fim de 48 a 54 dias. A cria demora 110 a 115 dias até ter condições de realizar o primeiro voo. Os dois progenitores revezam-se a incubar o ovo e depois, a alimentar a cria. Ao contrário de outras aves, esta, se não receber a quantidade de alimento necessária, é incapaz de atrasar o seu crescimento, morrendo de inanição.
Na Península Ibérica o seu número tem vindo a crescer desde 1980, quando existiam apenas cerca de 1000 exemplares. No entanto, desde que as normas da UE proíbem o abandono de gado morto no campo, sobretudo a partir da crise das vacas loucas, o alimento para estes animais diminuiu, o que deu origem à diminuição da sua população no resto da Europa.
Em Portugal, o grifo distribui-se sobretudo pelas zonas fronteiriças. As principais colónias situam-se no Parque Natural do Douro Internacional, no Parque Natural do Tejo Internacional e nas Portas de Ródão, também existindo alguns espécimes na Serra de São Mamede mais a sul.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

                  ABELHARUCO-COMUM






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Coraciiformes

Família:
Meropidae

Género:
Merops

Espécie:
M. apiaster


O abelharuco-comum ou abelharuco-europeu (Merops apiaster) é uma ave da família Meropidae, migratória, com duas populações indistinguíveis em aspecto, mas diferenciadas pela distribuição geográfica. A primeira destas populações nidifica na Europa até ao Sul da Rússia e Norte de África, migrando para o Sul deste continente. A segunda população, exclusivamente africana, nidifica na região do Cabo, migrando para Norte até à África central.
O abelharuco-comum é uma ave de médio porte, com 25 a 30 cm de comprimento. É muito colorido, com plumagem de cores muito distintas: o dorso é castanho escuro na zona da cabeça, com gradação para amarelo para a área posterior e asas; a garganta é amarela, com uma bordadura fina de negro; o peito e zona ventral é azul claro; as asas são verdes com uma mancha central castanha-clara; tem uma máscara negra em torno dos olhos. Em África, distingue-se dos restantes abelharucos pelas costas castanhas.
Esta ave habita bosques e zonas de floresta temperada (na Europa) e savanas (em África). Tem hábitos gregários e pode ser encontrada em grupos de até 150 indivíduos. O abelharuco-comum alimenta-se de insectos, principalmente de abelhas, vespas, térmitas e gafanhotos, capturando-os em voo, frequentemente bastante alto.
A época de reprodução decorre entre Setembro e Dezembro, em ambas as populações, que convergem para o sul de África (na Europa, a reprodução ocorre em Maio e Junho). O ninho é construído num túnel, que pode atingir 2 metros de comprimento, escavado pelo casal no solo ou em bancos arenosos de rios. O túnel é forrado com folhas ou restos de insectos. A postura tem 2 a 6 ovos, incubados ao longo de cerca de 20 dias por macho e fêmea. Os juvenis são alimentados por ambos os progenitores durante cerca de um mês, no ninho, e permanecem mais ou menos dependentes por mais três semanas fora do ninho.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

                             PEGA AZUL






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Passeriformes

Família:
Corvidae

Género:
Cyanopica
Espécie:
C. cyanus


Características
• Comprimento: 34 a 35 cm
• Envergadura: 13 a 14 cm
• Peso: 65 a 76 g
• Longevidade:

Distribuição
Esta ave é nativa do sul da Península Ibérica (em Portugal e Espanha) e também da China, Coreia, Japão, norte da Mongólia e sul da Rússia.
Esta distribuição tão particular deve-se à fragmentação de uma população contínua que se estendia desde a Península Ibérica ao Extremo Oriente, há cerca de 1,2 milhões de anos. Esta divisão deveu-se às alterações climáticas provocadas pela última Idade do Gelo: a redução da temperatura foi tão acentuada que fez com que as populações desta espécie tivessem desaparecido da Europa de Leste e Médio Oriente, resistindo apenas as populações situadas nos extremos do continente euro-asiático. Aí encontraram refúgio, pois as temperaturas eram mais toleráveis.

Habitat
Na Península Ibérica, o seu habitat natural são as matas de azinheiras e sobreiros do centro e sul. São ainda vistas com frequência em olivais, pinhais, pomares e eucaliptais.

Reprodução
É durante os meses de Abril e Maio que a pega-azul inicia o seu período reprodutivo. Geralmente nidificam em colónias, podendo encontrar-se, por vezes, vários ninhos na mesma árvore. A postura é de 5 a 7 ovos que são incubados durante 15 dias exclusivamente pelas fêmeas, sendo estas, entretanto, alimentadas pelos machos.

Alimentação
A base da sua alimentação são os insectos, que no Outono são complementados com bagas e sementes.

Identificação
Extremamente fácil de detectar pelos bandos numerosos e barulhentos, vocalizando frequentemente
quando em voo ou em alimentação. São facilmente reconhecíveis pela cauda e asas azuladas, e pela
cabeça preta que contrasta com a tonalidade ocre do resto do corpo, e a garganta quase branca. A cauda é
comprida, o que proporciona a estas aves um voo algo lento, mas com capacidade de manobra notável,
podendo inverter a direcção com bastante facilidade.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

                                   PATO






Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Anseriformes

Família:
Anatidae



O pato é uma ave que pertence a família Anatidae.
São aves geralmente menores que os anserídeos (gansos e cisnes) e podem ser encontrados tanto em água doce como salgada. Os patos alimentam-se de vegetação aquática, moluscos e pequenos invertebrados e algumas espécies são aves migradoras.
Pode-se identificar os machos principalmente pela coloração diferente mais vistosa (visto que a grande maioria das espécies de patos tem dimorfismo sexual), e também por diferenças comportamentais. Algumas espécies de patos (quer selvagens, quer domesticadas ou criadas em cativeiro) são utilizados pelo homem na alimentação, vestuário (as penas) e de entretenimento (caça).
O pato é um dos poucos animais da natureza que anda e nada com razoável competência. É dotado de perfeito senso de direção e comunidade.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011





Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Columbiformes

Família:
Columbidae

Género:
Streptopelia

Espécie:
S. decaocto


A rola-turca ou rola-da-índia (Streptopelia decaocto) é uma das grandes colonizadoras do mundo das aves. A sua distribuição original restringia-se a regiões temperadas desde o sudeste da Europa até ao Japão. No entanto, no século XX, esta ave expandiu a sua distribuição ao longo da Europa. Chega a reproduzir-se em regiões como a Escandinávia e a norte do Círculo Polar Ártico. Terá chegado à península ibérica apenas em 1960 e a Portugal em 1974[1]. De então para cá tem vindo a expandir-se e a multiplicar-se muito rapidamente.
Comprimento 30-32 cm. Dorso castanho amarelado, cinzento rosado no ventre, liso. Colar preto com rebordo superior branco na metade traseira do pescoço. Asas com rémiges mais escuras. A face inferior da cauda, visível em voo, tem base preta e extremidade grande branca.
Encontra-se em cidades, jardins, no campo, em florestas. Tem um canto característico: tu-tuuu-tu repetido.
Faz o ninho numa plataforma de raminhos, em árvores. Faz até 5 posturas por ano, pondo 2 ovos que demoram 13 dias a eclodir. Os filhotes começam a comer sozinhos a partir das 3 semanas de vida.

quinta-feira, 28 de julho de 2011




Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Piciformes

Família:
Picidae

O pica-pau é uma ave da ordem Piciformes, família Picidae, de tamanho pequeno a médio com penas coloridas e na maioria dos machos com uma crista vermelha. Vivem em bosques onde fazem seus ninhos abrindo uma cavidade nos troncos das árvores. Alimentam-se principalmente de larvas de insetos que estão dentro dos troncos de árvores, alargando a cavidade onde se encontram as larvas com seu poderoso bico e introduzindo sua língua longa e umedecida pelas glândulas salivares. Os ninhos são escavados em troncos de árvores o mais alto possível para proteção contra predadores. Os ovos, de 4 a 5,são chocados pela fêmea e também pelo macho durante até 20 dias, dependendo da espécie.

quarta-feira, 27 de julho de 2011





Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Passeriformes

Família:
Turdidae

Género:
Turdus

Espécie:
T. philomelos

O tordo-comum (Turdus philomelos) é uma ave da família Turdidae.
Este tordo distribui-se pela maior parte da Europa. Em Portugal nidifica em pequenos números no norte do país, surgindo em grandes números por todo o território durante a estação fria.
O tordo tem uma forte capacidade de imitar o canto de outros pássaros e outros sons. Devido ao forte avanço das cidades, fica cada vez mais comum observar um tordo imitando um alarme de carro ou sons semelhantes.
Tordo é uma espécie muito abundante e de elevado interesse cinegético. Passa o Inverno em Portugal. Nas suas penas predomina o tom castanho, apresentando o peito com tons mais claros malhados de preto. Mede um pouco mais de 20 cm e tem o hábito característico de repetir a frase do canto três a quatro vezes. Nidifica entre Março e Junho, 4 a 6 ovos azul claros com manchas pretas, que são incubados pela fêmea durante 11/15 dias. O ninho é em forma de taça, numa árvore ou arbusto.

sábado, 23 de abril de 2011



Reino: Animalia

Filo: Chordata

Classe: Aves

Ordem: Columbiformes

Família: Columbidae

Género: Columba

Espécie: C. oenas



Identificação: Plumagem cinzenta azulada; dorso e uropígio da mesma cor. Mancha verde no pescoço.

Voz: O canto nupcial é formado por duas sílabas repetidas várias vezes. Este é um dos melhores métodos de a identificar.

Habitat: Orla de florestas, zonas de bosque, zonas sossegadas de carvalhos e árvores de folha caduca.

Comportamentos: Ave tímida, que pernoita muitas vezes em grutas; já foram encontradas em tocas de coelho.

Nidificação: Nidifica em cavidades e troncos de árvores de folha caduca. Efectua 2 posturas por ano de 2 ovos. A incubação é efectuada por ambos os progenitores. Após a eclosão dos ovos as crias são alimentadas com o "leite de pombo". A sua plumagem está completa em menos de um mês. Altura em que a fêmea começa a procurar o local para a 2ª postura.

Dieta: Alimentam-se de grão e sementes, bagas e bolotas.

Biometria:

Comprimento: 32 a 34 cm

Envergadura: 63 a 69 cm

Peso: 250 a 340 g

Longevidade: 13 anos

Distribuição:

Espécie selvagem presente

em Portugal.

Ocorrência:

Residente.

terça-feira, 12 de abril de 2011



Reino: Animalia

Filo: Chordata

Classe: Aves

Ordem: Coraciiformes

Família: Upupidae
Leach, 1820
Género: Upupa

Poupa (Upupa sp.), ou boubela, poupão, poupa-pão e poupinha, é o nome comum dado às três espécies de aves upupiformes pertencentes à família Upupidae e género Upupa. A distribuição geográfica das poupas é vasta e inclui todo o Velho Mundo, desde a Europa às zonas tropicais da Ilha do Porto Santo (Região Autónoma da Madeira) Em Portugal, a poupa pode ser observada em todo o território continental e no arquipélago da Madeira. Sabe-se que algumas populações são nómadas, mas o seu estatuto de ave residente ou migratória é ainda indefinido.

Características e HabitatA poupa é uma ave de médio porte, com 25–27 cm de comprimento, cerca de 50 cm de envergadura e cauda relativamente longa. A plumagem é acastanhada, sendo as asas pretas e brancas e a cauda preta. A poupa ponteaguda que lhe dá o nome é bem visível quando erecta. O bico é longo e recurvado e as patas são acinzentadas e curtas. O seu canto é um característico hoop-hoop-hoop que pode ser repetido ao longo de vários minutos.

O seu habitat preferencial é a savana africana e zonas de vegetação rasteira na Europa e Ásia, sendo também relativamente comum em zonas agrícolas. A poupa alimenta-se de insectos e suas larvas, bem como de minhocas e outros anelídeos terrestres, pequenos anfíbios e por vezes pequenas cobras. Embora prefira alimentar-se no solo, é também capaz de caçar insectos em voo.

Reprodução
A época de reprodução decorre entre Agosto e Outubro, dependendo da distribuição geográfica. Cada postura contém 2 a 6 ovos de cor azul-esverdeada. Os juvenis chocam ao fim de cerca de 17 dias de incubação, da responsabilidade exclusiva da fêmea, e permanecem no ninho durante cerca de um mês, recebendo os cuidados parentais de ambos os progenitores. A principal característica dos ninhos das poupas, construídos em cavidades de árvore, é talvez o seu cheiro fétido, extremamente desagradável. O mau cheiro não se deve a falta de higiene no ninho, pois é sabido que a fêmea o limpa cuidadosamente de todos os detritos, mas representa uma estratégia contra predadores. A fêmea e os juvenis desta espécie possuem uma glândula uropigial, capaz de segregar o líquido responsável pelo mau cheiro, que é expelido em caso de ameaça.

Conservação
O estado de conservação da poupa é seguro, mas a espécie encontra-se em regressão na Europa. No último século desapareceu da Suécia, Holanda, Bélgica e grande parte da Alemanha, sobretudo devido à alteração das práticas agrícolas e à introdução do uso de insecticidas.

Segundo a classificação tradicional da classe Aves, a família Upupidae integrava-se na ordem Coraciiformes.